Décima De Um Gaudério de Leonel Gomez

Paroles de chanson Décima De Um Gaudério de Leonel Gomez

Décima De Um Gaudério
Décima De Um Gaudério

Um semblante de primavera
Misto de flores e espinhos
Se estendeu por toda a estrada
Projetou sombra e aguada
Por d'onde cruzo caminhos.

Fui dando espaldas pro rancho
Cruzei pra lá da cancela
Sentei as garras no pingo
Busquei a volta do estribo
Com a mão canhota na rédea.

Na direção do horizonte
Meu pingo trocava orelha
E a espora dava o comando
Pra ele sair tranqueando
Riscando-lhe a barrigueira.

E o rancho que eu mesmo fiz
Nobre e de simples valores
Guarda um ar de despedida
Virou tapera dormida
Aos olhos dos cruzadores.

Por gaudério, hoje distante
Mateio à sombra dos móleos
O pingo livre da cincha
Atado à soga relincha
Vejo a saudade em seus olhos.

Saí para amansar distâncias
Com a alma de olhar profundo
Pois nasci de alma andeja
E desde piá, com certeza
Sonhava andar pelo mundo.

Mas se por acaso o pingo
Relinchar com insistência
Desato a soga que o tranca
E dou-lhe um tapa na anca
Pra que retorne à querência.

E sigo cruzando estrada
Porque gaudério sou eu
Dou um jeito nos arreios
A maior riqueza que tenho
É esse mundo de deus.

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