Minha gente, por favor
Atenção, eu vou cantar
Uma estória já conhecida
De fazer até chorar
Eu falo de um povo forte
Cuja sorte quis negar
A sua dignidade
Por favor, queira escutar
Na minha terra
Se a chuva não chega cedo
É tão seco que faz medo
O sol faz rachar o chão
Lá no sertão
Asa branca bate asas
Camponês pega a estrada
Arde em brasa o coração
No meu Nordeste
Tem riqueza suficiente
Pra nutrir a nossa gente
No solo tem água boa
Para irrigar
E matar a sede do povo
Pra construir o novo
Não precisa ter garoa
Faz muito tempo
Que a gente vive de esmola
E que até se consola
Diz que é vontade de Deus
Só um tirano
Impunha tal sofrimento
Negando até o alimento
Pra qualquer dos filhos seus
Mas com a seca
No Nordeste brasileiro
Tem gente que faz dinheiro
Faz voto, é assim que é
Nós temos tudo
Pra ser feliz e crescer
Porém, tudo leva a crer
Que tem gente que não quer