Tá vendo lá
No céu azul
A lua
E mais aqui
Num ponto ao sul
A sombra no mar
E já sumir
Num risco em giz
De espuma
As ondas se
Quebrando em si
Sem nunca quebrar
E depois a nuvem se alongar
Até onde a terra se arredonda
E onde nenhum pássaro ultrapassará
Ultrapássaro no céu sobre o sertão
Do meu sertão
Cidade sim
Cidade não
E nada
Cerrado e chão
Marcado e não
Até a imensidão
E aquele Rio
Que vai num fio
Deságua
Naquele rio
Que já fugiu
Pra serra do ão
E depois a nuvem se alongar...
Ali em mim
A selva se incendeia
E agora vem
Ardendo em
Estradas sinais
Velocidade
Uma cidade
Teia
Já sempre já
Já sempre mais
Já nunca jamais
Sem saber
O que sustém
Sem saber o que mantém no aro
Elo passageiro
Vou ligeiro
Devagar
Motor imóvel
Que se descolou
Em seu lugar
Sem você
Até o fim
Com você
Até o fim de mim
E ver o sol
Iluminar
Até esconder
O que é o amor
E o que é morrer?