Dia de chuva, cubra o teu corpo vivente
E encilhe o pingo, não pare pra descansar
O tempo é feio, enrusgado, é traiçoeiro
Cumpra tua rota de sua tropilha guiar...
Sou estradeiro, ao pasto ao longo enxarcado
Nem a enxurada, tormenta, me faz sestiar
E no horizonte, cruzando cerca e banhado
Destino é poncho molhado, pra tropa não se estravia
Eira, eira boi, eira boiada
Dessa tormenta, um tropeiro não escapa
Eira, eira boi, eira boiada
A passo largo, deixando marcas na estrada
Nesta tropiada, parceiro sejas valente
E calce os ferros, pro gado não assustá
A noite é fria, mal domada, é traiçoeira
E o Patrão Velho, do céu, irá te guiar...
Por ser campeiro, me enforquilho, vou pra aguada
Nesta tropiada, descambando água do céu
Vamo tropiando, por mais que o tempo desande
Num trote levo o Rio Grande, debaixo do meu chapéu
Eira, eira boi, eira boiada
Dessa tormenta, um tropeiro não escapa
Eira, eira boi, eira boiada
Ouço São Pedro, dando um era pra invernada